A Zona Desmilitarizada da Coreia (quase exclusivamente abreviada como "DMZ") é uma faixa de terra que forma a fronteira entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte, aproximadamente em torno do paralelo 38. Divide a península coreana sensivelmente a meio. Os dois mundos completamente diferentes...

A DMZ estende-se de mar a mar, com 250 km de comprimento, com cerca de 2-4 km de cada lado da fronteira. A zona foi criada em 1953, imediatamente após o armistício da Guerra da Coreia, para servir de zona tampão entre as duas Coreias.

Não há tropas de ambos os lados da fronteira na zona desmilitarizada. A exceção é a chamada Área de Segurança Conjunta na aldeia de Panmunjom - a única entre os pontos de contacto da Coreia do Sul e da Coreia do Norte.

Do lado sul-coreano, a DMZ é um dos destinos turísticos mais populares, com muitos monumentos e vistas da Coreia do Norte.

É possível visitar a DMZ?

As rotas turísticas diretamente para a DMZ só são possíveis num único local. Pode dirigir-se à aldeia de Pchanmunjom, na Área de Segurança Conjunta, onde estará o mais próximo possível da fronteira norte-coreana. No entanto, tudo depende sempre da situação política atual e das tensões entre as duas Coreias. A Área de Segurança Conjunta é muitas vezes uma zona inacessível para os turistas.

Todas as outras atracções turísticas não se situam diretamente na DMZ, mas numa outra zona tampão denominada Linha de Controlo Civil ou também Zona de Controlo Civil. Trata-se de uma zona onde os civis e os turistas podem entrar, mas estão sempre sujeitos ao controlo de passaportes pelos militares coreanos.

A única aldeia habitada diretamente na DMZ, que é Daeseongdong (também Tesong-dong ou Josan), está interdita ao público.

O que ver dentro e à volta da DMZ?

A fronteira entre a DMZ e a Linha de Controlo Civil está repleta de locais turísticos, monumentos, atracções militares e plataformas de observação com telescópios para espiar a Coreia do Norte.

Área de Segurança Conjunta (Panmunjon)

O único ponto de contacto entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte, a Área de Segurança Conjunta, cresceu no local da antiga aldeia agrícola de Panmunjon. Esta zona neutra foi criada imediatamente após o armistício da Guerra da Coreia, em 1953, como ponto de encontro dos dirigentes das duas Coreias.

A Área de Segurança Conjunta (JSA) está dividida pela Linha de Demarcação Militar (MDL) em partes norte e sul-coreanas. A ideia inicial era que ambas as partes pudessem circular livremente na JSA, mas após o incidente de 1976 foi estabelecida a MDL e essa circulação deixou de ser possível.

Atualmente, é permitido um máximo de 35 guardas desarmados de cada lado. A JSA é o único local onde os soldados de ambos os países se vêem cara a cara.

O local só pode ser visitado com uma visita organizada. Poderá ver os seguintes locais:

As Casas Azuis na MDL - um trio icónico de casas azuis (com as cores da ONU) localizado mesmo na Linha Verde. São utilizadas para encontros ocasionais entre representantes das duas Coreias e, ocasionalmente, entre famílias separadas de ambos os países. São o único local onde, enquanto turista proveniente da Coreia do Sul, é permitido atravessar a MDL durante alguns minutos (no entanto, depende sempre da situação atual).
Freedom House (Casa da Liberdade ) - um grande edifício do lado sul-coreano destinado à comunicação básica entre os dois países e, em especial, à comunicação entre as Cruz Vermelhas de ambos os países
Casa daPaz - um edifício mais pequeno do lado sul-coreano destinado a negociações diplomáticas
Ponte Azul - um atalho pedonal que atravessa os pântanos entre a parte principal da ACC e os alojamentos do pessoal da Missão de Observadores Neutros
Ponte sem retorno - uma ponte sobre o rio Sacheon entre as duas Coreias, utilizada para a troca de prisioneiros. Uma vez atravessada, não havia como voltar atrás. Atualmente, está inacessível ao público

Túneis da Agressão

Sob a Zona Desmilitarizada, foram descobertos quatro túneis durante as décadas de 1970 a 1990, escavados pelo lado norte-coreano para um ataque surpresa a Seul. No entanto, acredita-se que possam existir até 20 túneis. O lado sul-coreano chama-lhes "Túneis da Agressão" e estão agora parcialmente abertos aos turistas.

A atração turística mais popular é o Túnel 3, que tem a maior capacidade e as mais amplas instalações para turistas, incluindo um comboio que atravessa o túnel até abaixo da fronteira física das duas Coreias, nas profundezas da DMZ. É também o mais próximo de Seul.

Todos os túneis só podem ser visitados através de excursões organizadas.

Estação de Dorasan e Miradouro de Dora

A moderna estação ferroviária na fronteira entre a Zona de Controlo Civil e a Zona Desmilitarizada tem um significado simbólico e representa a esperança de que um dia seja possível apanhar um comboio regular de passageiros de Seul para Pyongyang.

A estação de Dorasan é também a única estação fronteiriça com carris operacionais entre as duas Coreias. Situa-se também num dos dois postos fronteiriços rodoviários que, espera-se, venham a ser utilizados para viajar entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte no futuro.

Perto da estação (cerca de 2 km), encontra-se o mais visitado Observatório de Dora, de onde se pode ver todo o caminho até à Coreia do Norte através da DMZ.

Também é possível visitar ambos os locais por conta própria, ou sem uma visita organizada, através de um comboio especial "DMZ-Train" a partir de Seul. Para mais pormenores, consultar os capítulos seguintes.

Imjingak

O parque de Imjingak é um grande sítio memorial com muitos monumentos, memoriais e pequenos museus, todos relacionados com a Guerra da Coreia. A estância de Imjingak fica antes da Zona de Controlo Civil e, portanto, fora da DMZ, pelo que a viagem até aqui é livre, sem necessidade de documentos. No entanto, já precisará deles, por exemplo, para a viagem de teleférico através do rio Imjin.

A entrada em todos os sítios é gratuita.

Os pontos turísticos mais populares do Imjingak Resort incluem:

Ponte da Liberdade - uma ponte pedonal de madeira que liga o Parque Imjingak à ponte ferroviária sobre o rio (Ponte da Liberdade).
Comboio da paz e vedação colorida - uma velha locomotiva enferrujada, que em 1950 foi o último comboio a atravessar a fronteira coreana, está em exposição na Ponte da Liberdade original. A vedação circundante que separa Imjingak da Zona de Controlo Civil é depois coberta com papéis coloridos com orações pela reunificação da Coreia
National Memorial Hall of the Korean War - um salão memorial com informações sobre a Guerra da Coreia
Pyeonghwa Land - um pequeno parque de diversões com carrinhos de choque especialmente para crianças

Teleférico de Imjingak (gôndola da DMZ)

Em 2019, foi construído um novo teleférico através do rio Imjin para o levar através da Zona de Controlo Civil até à fronteira da Zona Desmilitarizada. A partir da estação terminal, pode então caminhar ao longo de um caminho especial rodeado por uma vedação alta durante cerca de 350 metros até uma plataforma de observação com vista para o rio e parte da DMZ. A Coreia do Norte, no entanto, pode ser vista daqui até ao horizonte.

Como o teleférico já passa pela Linha de Controlo Civil, é necessário passar pelo controlo de passaportes.

A tarifa só pode ser comprada para ida e volta e sai por 11 000 krw (ou 14 000 krw numa cabina com chão de vidro).

Informações oficiais: english.visitkorea.or.kr

Aldeia de Daeseong-dong

A única aldeia atualmente habitada diretamente na DMZ chama-se Daeseong-dong (também conhecida como Freedom Village na Coreia do Sul) e tem entre 150 e 200 habitantes, na sua maioria agricultores. Não está aberta ao público. No entanto, do miradouro de Dora, pode ver-se um mastro de 98 metros de altura com a bandeira sul-coreana.

Também visível do lado norte-coreano é a aldeia de Kijong-dong (também conhecida como a Aldeia da Propaganda na Coreia do Sul) com um mastro de 160 metros de altura com a bandeira norte-coreana.

Como visitar a DMZ?

Os locais situados diretamente na Zona Desmilitarizada só podem ser visitados através de uma viagem organizada por uma das agências de viagens coreanas (principalmente com sede em Seul). Também é possível visitar locais na orla da DMZ ou completamente fora da DMZ por conta própria, ou pode conduzir até à fronteira da DMZ e juntar-se a uma excursão organizada até à Estação Dorasan sem ter de fazer nada em Seul.

Excursões organizadas

Uma excursão organizada à DMZ é especialmente vantajosa se quiser ver a maior atração, a Área de Segurança Conjunta. Não há outra maneira de chegar a esta área e há mesmo períodos em que até as excursões organizadas são interrompidas.

Estas excursões também poupam muito tempo, uma vez que os transportes públicos para a estação de Imjingak ou Dorasan funcionam apenas algumas vezes por dia e consomem o dobro do tempo de uma excursão organizada.

Há ainda a vantagem de poder escolher entre viagens de meio dia ou de dia inteiro .

Quais são os preços das viagens?

Os preços variam ligeiramente de empresa para empresa. Recomendamos que faça a sua reserva online com pelo menos alguns dias de antecedência.

Passeio de meio dia (aprox. 7:00 às 14:00 ou 11:00 às 18:00) - cerca de 80 000 krw até 90 000 krw
excursão de dia inteiro (aprox. das 7:30 às 17:00) - cerca de 110 000 krw

Em geral, recomendamos a utilização de mais excursões de meio dia, durante as quais irá percorrer a maior parte das atracções e haverá menos tempo de paragem ou paragens irritantes em lojas de recordações.

Exemplos de agências

Transporte por conta própria

Ir para a DMZ por conta própria vai definitivamente poupar dinheiro, mas por outro lado vai sempre levar um dia inteiro. Basicamente, só tem duas opções de transporte para a DMZ, ou pelo menos para a fronteira da DMZ.

Comboio da paz da DMZ

A opção mais popular é utilizar o comboio especial DMZ Peace Train, que parte uma vez por dia de Seul (da estação de Yongsan e Seul) para a estação de Dorasan.

Aqui, descobrirá que este modo de viajar não é assim tão autónomo. Na estação de Dorasan, é necessário fazer o transbordo para os autocarros que o levarão ao miradouro de Dora e à visita ao 3º túnel. A desvantagem é que, atualmente, estes autocarros só têm serviços em coreano.

O comboio parte de Seul por volta das 10:00 horas e regressa antes das 18:00 horas.

Preço - 36 000 krw (bilhete de comboio de ida e volta + viagem de autocarro turístico)
Compre o seu bilhete no escritório da Let's Korail em ambas as estações de comboios de Seul (de preferência, pelo menos um dia antes da partida)
O DMZ Peace Train não funciona às segundas, terças e feriados
Informações oficiais: english.visitkorea.or.kr

À chegada a Seul, verifique sempre junto de qualquer bilheteira da Korail se o Comboio da Paz da DMZ está em funcionamento. Há períodos de grande tensão entre as Coreias em que o comboio não está a funcionar.

No caminho, terá de sair na estação de Imjingak, onde será efectuado o controlo de passaportes!

Transporte para a zona de Imjingak

O local do memorial de Imjingak, com o seu teleférico que atravessa o rio e vários memoriais, é facilmente acessível sem controlo.

De comboio - apanhe a linha ferroviária suburbana Gyeongui-Jungang (turquesa) até à estação de Munsan (a cerca de 60 minutos do centro de Seul). Aqui, é necessário mudar para outro comboio, que o levará à estação de Imjingak em 15 minutos.

Munsan -> Imjingak: dias úteis 10:30 e 16:55, fins-de-semana 9:35, 10:35, 15:45 e 17:20
Imjingak -> Munsan: dias úteis 10:50 e 17:15, fins-de-semana 10:00, 12:20, 16:10 e 17:45
Horários e pesquisa de ligações: www.seoulmetro.co.kr
Preço: cerca de 4 000 krw por trajeto

De autocarro - aos fins-de-semana, há um autocarro 7300 direto do centro de Seul (Estação da Universidade de Hongik, onde param as linhas Airport Railroad, Gyeongui-Jungang e Green Line 3), de hora a hora. A viagem demora cerca de 2 horas e custa cerca de 2 000 krw.

Quando é que a DMZ está aberta ao público?

Todas as atracções da Zona Desmilitarizada e da Zona de Controlo Civil estão encerradas às segundas-feiras e nos feriados coreanos. O Comboio da Paz da DMZ não funciona às terças-feiras. A Área de Segurança Conjunta está encerrada aos domingos e às quintas-feiras.

Por outro lado, todos os locais para além da fronteira das zonas controladas (miradouros de Imjingak, Odosan ou Ganghwa) estão abertos durante toda a semana.

É seguro visitar a DMZ?

Mesmo que se assine um papel no posto de controlo e entre a Linha de Controlo Civil e a Zona Desmilitarizada, informando que se está a entrar numa zona perigosa onde a segurança não é garantida, não existe praticamente nenhum perigo real.

De facto, em tempos de tensão política ou militar acrescida, são proibidas todas as excursões e oportunidades de viajar por conta própria.

Código de vestuário quando se viaja para a DMZ

Algumas zonas da Zona Desmilitarizada da Coreia (e especialmente a zona de Panmunjon/Zona de Segurança Conjunta) exigem um código de vestuário rigoroso. E as empresas de viagens que organizam viagens organizadas exigem-no efetivamente aos turistas.

De facto, há casos em que a propaganda norte-coreana utiliza o vestuário excêntrico dos turistas para mostrar ao seu povo o quão perversa e podre é a "civilização ocidental".

Então, o que não vestir quando se viaja para a DMZ?

Calças rasgadas/desgastadas
Vestuário desportivo ou atlético (leggings, calções, camisolas de alças)
T-shirts sem mangas
Roupa apertada (por exemplo, camisas de gola alta ou mini-saias)
Calções/saias acima do joelho
Sandálias ou chinelos de dedo
Vestuário com um padrão militar

Estas regras só se aplicam às visitas directas à Zona Desmilitarizada ou a certos locais da Zona Civil adjacente (por exemplo, o Observatório de Dora). Outros locais situados nos limites da zona não são abrangidos pelo código de vestuário (miradouros de Imjingak, Ganghwa, Odusan ou Goseong).